EU LI: MEU AMOR, MEU BEM, MEU QUERIDO


Esse livro foi tão contraditório que dá muito vontade de rir só de lembrar. Comecei muito bem, achando graça da Ruby e do seu jeito espontâneo de levar a vida, mas em alguns momentos depois achei o livro tão diferente do que esperava que foi estranho. Esperava que Ruby fosse mudar muito por ter encontrado o amor, aquela coisa tórrida de "me deixa mãe porque eu o amo" ou se tornar uma rebelde, ou qualquer outra breguice nesse nível.

A nossa protagonista de tem uma forma diferente de ver o mundo, é divertida e irônica. Ela é diferente e foi isso que mais gostei nela. Mas aí quando parece o Travis, a achei sem cérebro como se fosse uma daquelas garotas que não pode ver um carinha bonito que corre pra ele e esquece que tem uma vida. Tudo é muito sem nexo, não teve nenhum sentido em como ela foi parar na garupa da moto dele e inexplicavelmente estava apaixonada. Simples assim. 

Ruby é como a mãe: insegura, e isso partiu meu coração porque esperava mais dela. Eu não queria de forma nenhuma que ela se tornasse como a mãe, que aguarda até hoje um homem que nunca será seu, e que muito menos quer estar com ela. É muito interessante como as pessoas se colocam em cada situação! E em casos assim, eu passei a diferenciar o que é insegurança nas protagonistas e o que é burrice. E com a Ruby, foi um caso clássico de burrice mesmo. Mas calma, o livro compensa de muitas formas.

"De noite, minha mãe já havia perdoado meu pai. Pensei em quantas vezes perdoamos só porque não queremos lidar com a perda, mesmo que a pessoa não mereça perdão."

Às vezes em que sentir vontade de bater na Ruby por ela estar atrás de um cara tão idiota como Travis não foram poucas, mas vê-la cair na real e tentar (vez após vez) fugir dele também foi bonito. E todo o meu nervosismo por essa situação foi em muito aliviada com outras partes lindas desse livro.

"Era mesmo uma batalha estranha e poderosa. Meus pensamentos se dirigiam para Travis de um modo descontrolado, como um viciado em chocolate ou em bebida. Era uma compulsão. Pensava que eu estava apaixonada por ele. Mas eu nem ao menos gostava dele . Detestava o que ele tinha feito, mas queria ver aquele cabelo loiro de novo. Era como se ele tivesse tomado conta do meu corpo, um visitante malquisto trazendo ansiedade, intriga e miséria."

As Rainhas das Caçarolas é um Clube do Livro perfeito! Pessoas que veem suas vidas entrelaçadas e se sentem importantes por estarem compartilhando o que de mais importante existe: suas próprias vidas e experiências. Miz June, Harold, Randy, Peach, Anna Bee são pessoas maravilhas e quis passar mais tempo na companhia deles. Que fofos!

"Pessoas que costumam seguir regras são aquelas que sonham, em segredo, quebrá-las."

Deb Caletti escolheu uma forma muito bonita de contar uma linda história cheia de surpresas. E me ensinou muitas coisas boas:

1) Eu entendi porque gosto de caras com motos. Não é o cara em si, é A MOTO! rs
2) Me senti muito especial por já estar fazendo parte de um clube do livro. Não preciso ter um, só preciso ser parte desse mundo literário.
3) Mães também podem se sentir perdidas e precisar encontrar um novo caminho a trilhar.
4) Eu preciso listar "pular de Bung Jump" na minha lista de coisas a fazer antes de morrer.
5) E que fazer pra fazer uma Road Trip eu não preciso ser jovem; quando tiver vontade de fazer é fazer e pronto.

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